Ontem (27/10), em visita às instalações do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ (CCS), o Tenente Coronel do Corpo de Bombeiros Carlos Aguiar junto à equipe responsável pela implosão da Ala Sul do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) esclareceu dúvidas sobre possíveis danos causados ao prédio do CCS durante a implosão.
Foram inspecionados laboratórios e biotérios no bloco A do prédio e, de acordo com os profissionais, o risco de danos é praticamente nulo. “Haverá quase nenhuma corrente de poeira em direção ao CCS e o risco de abalo do solo também é praticamente zero. A tendência é a de os ventos seguirem rumo ao mar. Porém, são necessárias medidas preventivas”, esclarece o Coronel.
Para a contenção da poeira serão instaladas telas em todo o entorno da Ala Sul do HUCFF e do CCS, além disso, as janelas do bloco A do CCS serão vedadas. “Nem mesmo os aparelhos de ar condicionado no CCS precisarão ser desligados”, revela Giordano Bruno, diretor da empresa responsável pela implosão. De qualquer maneira, o Coronel Carlos Aguiar informou que equipes da Light estarão a postos, caso haja algum problema no fornecimento de luz no momento e após a implosão.
A instalação das telas de proteção nos prédios do HUCFF e no CCS deve começar a partir do dia primeiro de dezembro e durar cerca de duas semanas para conclusão.
A palestra que tratou sobre a problemática dos resíduos sólidos urbanos faz parte da “XXVIII semana de farmácia da UFRJ” e foi ministrada pelo enfermeiro André Brites, formado pela Escola de Enfermagem Ana Nery (EEAN/UFRJ); atulamente ele é pesquisador do Núcleo de Pesquisa de Enfermagem e Saúde da Criança (Nupesc), também da EEAN.
Brites diz que medicamento não é lixo comum e deve ter destino ambientalmente correto. Citou, para tanto o caso de crianças que recebem alta, vão para casa e dependem de medicamentos de uso contínuo, no entanto a família não descarta corretamente esse tipo de lixo. O enfermeiro também explica que a grande maioria dos descartes de medicamentos no Brasil é feita a céu aberto e de forma ilegal. Além disso, há 20 anos, uma lei que regulamentaria o descarte lutava para ser aprovada, mas somente este ano o projeto de lei da política nacional de resíduos foi aprovado.
O especialista apresentou a resolução 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, que classifica os medicamentos do grupo B, que têm alta toxidade e não podem ser descartados em lixões comuns ou redes sanitárias. Nesse caso, há riscos de favorecer a degradação ambiental, através da contaminação do solo e de lençóis freáticos e risco maior ainda de atingir manipuladores, pois se sabe que, no Brasil, há grande quantidade de catadores de lixo, que podem se contaminar com ampolas e agulhas usadas.
No final, o palestrante ressaltou que a maior função de enfermeiros, em seu papel de educadores, é trazer propostas para a sociedade e propôs a criação de ecopontos para descarte desses medicamentos. O pesquisador ressaltou que já existem iniciativas de algumas redes de drogarias para fazer esse tipo de coleta e trouxe exemplos de como o descarte é feito na Europa e na América do Norte, especialmente no Canadá.
Além dos ecopontos de coleta, Brites também acha importante a produção de materiais educativos para ensinar a população a descartar conscientemente. Segundo ele, a Faculdade de Farmácia da UFRJ luta pelas campanhas de uso racional de medicamentos e agora também luta pelo descarte racional, ambientalmente sustentável e que ajude e proteja a saúde e o meio ambiente.