Físicos da Organização Europeia para Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês), entidade responsável pelo Grande Colisor de Hádrons, o maior acelerador de partículas do mundo, fixaram nesta quarta-feira (31) a meta de multiplicar por 6 o ritmo de colisões de prótons por segundo, de 50 para 300. A meta reflete o entusiasmo dos cientistas, que ontem, pela primeira vez na história, conseguiram promover choques a 7 trilhões de eletronvolts (7 TeV), a maior energia já obtida nesse tipo de experimento.
A 7 TeV, as trombadas chegam muito perto de simular os eventos ocorridos exatamente após o Big Bang real, ocorrido 13,7 bilhões de anos atrás, evento primordial que levou à criação das galáxias, das estrelas e da vida na Terra.
Acelerar prótons a 7 TeV significa que eles correm a 99,99% a velocidade da luz, dando 11 mil voltas por segundo no megatúnel de 27 km que fica 100 metros abaixo da superfície, na fronteira entre Suíça e França. Quando trombam, os prótons criam "Big Bangs em miniatura", produzindo milhões de dados que milhares de cientistas (entre os quais brasileiros) vão passar anos analisando.
"Estamos nos aproximando de fronteiras científicas cada vez mais novas", disse um porta-voz do Cern, James Gillies, enquanto novos feixes de partículas eram injetados em direções opostas no túnel oval, perto de Genebra. Gillies disse que o número de agrupamentos de partículas será aumentado de 2 por vez para até 2.700 no período de 18 a 24 meses do primeiro estágio do projeto.
"Seria como enviar mais e mais carros em direções opostas em uma só pista de uma rodovia, de modo que cada vez mais automóveis batam de frente", disse ele.
Se tudo continuar bem, as injeções de raios no LHC vão continuar quase diariamente e praticamente ininterruptamente até perto do final de 2011, quando o projeto de enorme complexidade será suspenso por um ano para que o LHC seja preparado para colisões ainda mais poderosas.
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