Recentes pesquisas sobre a incidência do vírus da dengue mostram crescimento no número de crianças portadoras da doença. Isso preocupa médicos e familiares na tentativa de proteger as crianças de uma possível epidemia infantil da doença, como ocorre em países do sudeste asiático.
A Dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, que se prolifera em locais com água parada e limpa. Os principais sintomas são febre alta, dores no corpo, vômito e diarréia. A forma de Dengue mais grave é a hemorrágica, que mata pelo menos 5% das pessoas que a contraem.
De acordo com Edimilson Migowski, pediatra e infectologista do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ), os motivos para a maior incidência da doença em crianças é o simples fato de não possuírem anticorpos como os adultos. “Em regiões onde a Dengue é endêmica (tem epidemias recorrentes), a maioria dos adultos já contraiu a doença e, portanto são mais resistentes ao vírus do que as crianças, por isso a maior incidência comparativa entre elas”, esclareceu o médico.
Ao ocorrer periodicamente uma epidemia da doença, aqueles que nunca tiveram contato com a Dengue são contaminados e ao final de um processo epidêmico todos os moradores do local já não são mais susceptíveis a contrair a doença. Para Migowski, o que aumenta a incidência de casos em crianças é o fato de nascerem após uma crise epidêmica e, portanto ainda serem susceptíveis ao contágio.
Exemplos disso são os países do Sudeste Asiático. Já que todos os adultos já viveram experiências de epidemia, as crianças são as maiores vítimas doença, tornando a dengue uma doença infantil nesses lugares.
No Brasil, segundo dados do IBGE, os locais onde a Dengue é endêmica são os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, seguidos de Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Pernambuco.
“Não há tratamento especial para a dengue no caso infantil. Todo o procedimento com as crianças é igual com os adultos, a única diferença é que a criança por ser mais dependente, reclama menos e informa menos ao médico, dificultando o diagnóstico da doença,” completa o pediatra.