A pele é o maior órgão do corpo humano e é muito mais importante e complexa do que parece a um primeiro momento. A pele é a responsável por nos proteger contra ações externas e microrganismos, regular nossa temperatura, armazenar gorduras com reserva de nutrientes e produzir vitamina D. Além disso, é o órgão sensorial responsável pela percepção das variações de temperatura como calor e frio.
Sendo um órgão tão extenso e estando constantemente exposto a agressões externas, é normal que a pele sofra com uma série de doenças, que possuem diversas causas diferentes e necessitam de atenção e tratamento adequado.
O Por uma boa causa deste mês recorre à dermatologia, que é a especialidade médica responsável pelo diagnóstico e tratamento dos diferentes tipo de doenças de pele, para trazer informações sobre causas, diagnóstico e tratamento de alguns tipos de doenças dermatológicas. A primeira doença da pele de que trataremos será a Disidrose.
Segundo o dermatologista Celso Sodré, coordenador da residência médica em dermatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a disidrose “é uma condição relativamente incomum, caracterizada por uma erupção de vesículas (pequenas bolhas) e bolhas tensas nas palmas e plantas, sendo mais frequente nas bordas das mãos, pés e dos dedos”.
O principal sintoma da doença é o inconveniente causado pelas bolhas, além do que elas podem coçar e até mesmo doer. A causa da disidrose é desconhecida, mas sabe-se que ela não é provocada pelo suor, como se chegou a acreditar durante um tempo. O próprio nome “disidrose” vem dessa crença.
A disidrose não é uma doença contagiosa e parece estar ligada à predisposição, embora não seja comum encontrá-la em mais de um membro da família. De acordo com Celso Sodré, para o diagnóstico do problema inicialmente devem ser afastadas outras condições que se assemelham à disidrose e que são mais comuns, como micoses, eczemas de contato, psoríase palmo-plantar etc. Uma vez que esses diagnósticos sejam afastados, pode-se concluir pelo caso de disidrose e iniciar o tratamento. O médico explica que para o combate à doença “indica-se o uso de corticosteroides tópicos, ou mesmo a pasta d'agua, que ajuda a secar. A fototerapia parece melhorar, assim como a injeção de toxina botulínica”.
A disidrose não possui um tratamento curativo, mas pode ser controlada e até desaparecer espontaneamente e nunca mais voltar. De acordo com Celso, não existem medidas preventivas para evitar o aparecimento da doença, mas estudos sugerem que a ingestão de níquel, presente em algumas ligas metálicas de panelas e latas, desencadeie a doença em pessoas alérgicas. Também pode haver reação em pessoas que sejam alérgicas a determinados tipos de produtos químicos e a outros metais que estejam presentes, por exemplo, em bijuterias.