• Edição 192
  • 08 de outubro de 2009

Notícias da Semana

Pesquisa analisa recém-nascidos de baixo peso

Cília Monteiro

O trabalho “Perfil clínico de uma população de recém-nascidos com peso ao nascimento menor que 1500 gramas” foi apresentado na última terça (6/10), no auditório da Farmacologia no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ, durante a XXXI Jornada de Iniciação Científica (JIC). Segundo a autora Alice Rodrigues, aluna de graduação da Faculdade de Medicina (FM), trata-se de um estudo observacional descritivo, realizado na Maternidade Escola da UFRJ.

A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ e da Maternidade Escola. Foram analisados bebês prematuros internados na UTI neonatal, no ano de 2006. Para a coleta de dados, realizou-se investigação dos prontuários. Ficou relatado que 46 por cento dos recém-nascidos apresentavam extremo baixo peso, abaixo de 1000 gramas, enquanto o restante demonstrava muito baixo peso, considerado de 1000 a 1500 gramas.

De acordo com Alice, concluiu-se que as frequências descritivas de peso, idade gestacional e adequação de um desses índices ao outro podem ser explicadas pelo pré-natal de alto risco. Isto muitas vezes compromete o peso fetal e determina o parto prematuro. Entre as análises, os resultados são de 28 por cento de óbitos, 68 por cento de alta hospitalar e um índice de quatro por cento de transferências.




A evolução do comportamento de risco para transtornos alimentares



Thiago Etchatz

Analisar a evolução do comportamento de risco para transtornos alimentares, em um intervalo de cinco anos, comparando dados de dois estudos com adolescentes de escolas públicas de Niterói. Esse foi o objetivo de graduanda em Nutrição do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC/UFRJ) Luciana Lourenço. Na tarde desta quarta-feira (7/10), no Anfiteatro de Microbiologia, a pesquisadora apresentou o trabalho “Prevalências de Comportamentos de Risco para Transtornos Alimentares Reduzem entre Adolescentes Estudantes de Escolas Públicas em Período de 5 Anos”, na XXXI Jornada de Iniciação Científica, Artística e Cultural (JIC).

Segundo Luciana, “os transtornos alimentares são síndromes comportamentais caracterizadas por preocupação excessiva com a forma e o peso corporal, que leva o indivíduo a adotar comportamentos alimentares inadequados visando à perda de peso”.

Para o estudo, foram sorteados aleatoriamente 20% dos estudantes de três escolas públicas de Niterói, com idades entre 12 e 19 anos. Eles responderam a questionários simplificados, desenvolvidos por pesquisadores do INJC. Foi investigada a frequência, ao menos uma vez por semana, nos três meses anteriores, de episódios de compulsão alimentar, mecanismos compensatórios - como o uso de laxantes, diuréticos, vômitos autoinduzidos - e dietas restritivas.

O mesmo procedimento foi adotado em 2003, quando foram avaliados 561 estudantes (37% meninos e 63% meninas), e em 2008, com 473 adolescentes (40,7% meninos e 59,3% meninas) respondendo aos questionários.

Na comparação dos dados de 2003 e 2008, entre os comportamentos de risco mais frequentes, constatou-se redução de episódios de compulsão alimentar (36,7% para 30,1%) e de dietas restritivas (23,9% para 17%). Ainda houve um aumento não significativo do uso de diuréticos (1,4% para 2,6%) e vômito autoinduzido (1,2% para 2,4%).

Nas duas avaliações as meninas apresentaram maior frequência de comportamentos de risco para os transtornos alimentares em relação aos os meninos. As diferenças foram significativas para dietas restritivas em 2003 (32,0% contra 10,1%), para vômito autoinduzido (4,4% contra 0,0%) e dietas restritivas (24,6% contra 5,8%).

A pesquisadora concluiu que, apesar do evidente declínio das prevalências de comportamentos de risco para os transtornos alimentares, tais comportamentos ainda continuam elevados entre os adolescentes, principalmente os episódios de compulsão alimentar e dietas restritivas. E as meninas continuam sendo o maior grupo de risco, merecendo atenção especial para as medidas de combate ao problema.




Estudo de células-tronco a partir do sangue menstrual

Cília Monteiro

Nesta quarta (7/10), o trabalho “Células derivadas do sangue menstrual: uma nova fonte de células-tronco mesenquimais?” foi exposto por Karina Dutra Asensi, aluna de iniciação científica do Laboratório de Cardiologia Celular e Molecular - do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCF) - durante a XXXI Jornada de Iniciação Científica (JIC) da UFRJ. A apresentação aconteceu no corredor principal do Centro de Ciências da Saúde (CCS).

“As células-tronco possuem capacidade de autorenovação, são indiferenciadas e podem dar origem a células de diversos tecidos”, explica Karina. Segundo ela, há uma separação, de acordo com a origem das células-tronco, entre embrionárias e adultas. Dentro do grupo das adultas, existem as mesenquimais, capazes de originar somente células do folheto embrionário. Elas dão suporte ao tecido em que se encontram. No estudo, a aluna tentou obter esse tipo de célula no sangue menstrual.

De acordo com Karina, a cada ciclo menstrual, há intenso crescimento de vasos sanguíneos e regeneração do endométrio, o qual é eliminado em cada ciclo em um fenômeno chamado menstruação. Devido à alta taxa proliferativa desse tecido, a hipótese do trabalho é que exista uma população de células-tronco que pode ser isolada a partir do sangue menstrual. O objetivo do estudo foi isolar, cultivar, caracterizar e diferenciar as células humanas derivadas do sangue da menstruação.

“A própria mulher coleta seu sangue, coloca em um pote com anticoagulante e antibióticos, e nós cultivamos. Essas células aderem ao plástico de cultura, característica das células-tronco mesenquimais”, explica a pesquisadora. Concluiu-se que as células mesenquimais humanas derivadas do sangue menstrual são uma nova alternativa para cultivo e é possível estudar suas aplicações.




Encontro “Saúde e Educação para a Cidadania”

Amanda Salles

Teve início nesta quinta-feira (08/10) o encontro “Saúde e Educação para a Cidadania”, promovido pela Decania do Centro de Ciências da Saúde (CCS), através da Coordenadoria de Extensão. Nesta edição o evento traz como tema “Divulgação Científica e Saúde”.

A razão da escolha desse tema, segundo os coordenadores do evento, se deve ao fato de que o cenário universitário brasileiro vem se modificando muito desde a década de 80. A preocupação com a interação entre a universidade e sociedade, principalmente com o fortalecimento da extensão universitária, tem sido um viés que traz a necessidade do aprofundamento de conceitos como divulgação científica e a popularização da ciência, difusão científica, comunicação da ciência e da tecnologia, entre outros.

Tal esforço vai ao encontro de preceitos segundo os quais um dos papéis da popularização da ciência é o de ser um grande elemento de inclusão social, um dos grandes desafios do Brasil que, por razões históricas, tem um rol de desigualdades sociais que impedem a apropriação e democratização do acesso aos conhecimentos científicos e tecnológicos.

Como parte da programação, aconteceu a oficina para professores de Educação de Jovens e Adultos (EJA), que teve como responsáveis Luciana Fernandes Paulino, Wânia Ribeiro Fernandes, Ana Claudia Coelho de Oliveira, Marcia Bastos de Sá, Glória Walkyria de Fátima Rocha e Vera Helena Ferraz de Siqueira, do Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde (NUTES/UFRJ).

A proposta da oficina foi discutir e problematizar, com docentes da EJA da rede pública municipal do Rio de Janeiro, sobre questões relativas à velhice, educação e saúde, observando o projeto “Saúde e Educação para a Cidadania”. Este trabalho é uma ação multiprofissional e interdisciplinar da Coordenação de Extensão do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que investe coletivamente na acumulação de forças e na construção de alternativas para esses problemas.

Outro debate aconteceu no Auditório Rodolpho Paulo Rocco, com a presença de Tião Cidadão, da Comissão Organizadora da Rede Municipal de Atenção às Drogas (COMAD/Niterói). A palestra procurou debater os Conselhos de Segurança Pública, a violência e drogadição, destacando a violência contra a mulher.

O encontro acontece até amanhã. Para mais informações sobre a programação:

www.ccs.ufrj.br/saudeeducacaocidadania