Assunto de extrema importância, a Educação Ambiental é essencial para a conscientização do ser humano diante da preservação do meio ambiente. “Trata-se de uma vertente da educação que lida com novas questões em nível mundial: os grandes problemas ambientais”, explica Deia Maria Ferreira, professora do departamento de Ecologia do Instituto de Biologia (IB) da UFRJ.
De acordo com a professora, esses problemas vieram basicamente com as guerras, e grandes movimentos em busca por soluções surgiram. Como resultado, as primeiras reuniões internacionais para discussão sobre Educação Ambiental foram organizadas. “Concluiu-se que os olhares da Educação Ambiental devem ser sempre multifacetados. Ela é essencialmente multidisciplinar”, observa Deia.
Segundo ela, é preciso reunir olhares das Ciências Biológicas, da Política, da Economia e da Geografia. “Dentro das Ciências Biológicas, adequamos um ponto de vista de que é preciso conhecer os processos, os organismos na natureza e como funcionam os ecossistemas. Assim é possível compreendê-los melhor, para que possamos sair em sua defesa”, explica.
“Na área de ensino de Ecologia, o que fazemos é intensificar trabalhos de campo nos ecossistemas, restingas, lagoas, manguezais e matas”, aponta a professora. Isso é feito com alunos e professores da educação básica, no intuito de que, através de conhecimento e comparações, se torne possível a atuação na área de Educação Ambiental. “Acho que hoje a Educação Ambiental está perpassando pelos currículos dos ensinos fundamental, médio e superior”, observa Deia.
A professora acredita que a Educação Ambiental é valorizada, mas é difícil colocá-la em prática. “Não diria que o tema não está priorizado, pois temos um caminho já percorrido dentro tanto da educação formal como da não-formal. Mas ainda se tem uma estrada muito grande a ser trilhada, já que é preciso que emanem da sociedade novas soluções para velhos problemas. Existe sempre o trabalho coletivo, que envolve ouvir o outro para tomar decisões que visem ao benefício da maioria, e não de alguns poucos. Isso definitivamente não é fácil”, constata Deia.
“Quando pensamos na realidade do mundo, as pessoas falam do efeito estufa, da degradação da Amazônia, mas não são capazes de enxergar o seu entorno. A Educação Ambiental está em todos os locais”, afirma a especialista. Para ela, é preciso que cada pessoa enxergue o ambiente mais próximo de si, para que encontre pequenas ações que possam ser praticadas. Dessa forma, é possível contribuir para a modificação de hábitos, como deixar lixo em ambientes públicos. “Se cada um cuida do que está próximo, automaticamente todos estarão cuidando do mais distante”, enfatiza Deia.
VI Fórum Brasileiro
Para discutir a temática, acontece de 22 a 25 de julho o VI Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, no campus da Praia Vermelha da UFRJ. O evento é promovido pela Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA),que reúne mais de 40 redes de Educação Ambiental e educadores ambientais do país. A professora Deia Ferreira foi uma das mediadoras para que a UFRJ fosse a sede do Fórum.
Por fim, ela destacou que o evento integra trabalho de Extensão ao Ensino e a Pesquisa e tem o apoio da Pró-reitoria de Extensão da UFRJ, da Reitoria, da Prefeitura da Praia Vermelha e do Fórum de Ciência e Cultura. O encontro também tem o apoio dos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente, das Secretarias Estaduais do Ambiente e da Educação, da UFRJ, UERJ, CFBio, BNDES, Itaipu Binacional, entre outros. Mais informações sobre o VI Fórum Brasileiro de Educação Ambiental na página: http://forumearebea.org/ .