Ronaldo Leal Carneiro, aluno do Programa de Pós-graduação em Biofísica do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da UFRJ, defende a tese de doutorado “Ecofisiologia de Cylindrospermopsis raciborskii (cyanobactéria): influência da intensidade e qualidade da luz e da dureza da água sobre o crescimento e a produção saxitoxinas”. A defesa acontece nesta sexta-feira, 2 de outubro, às 14h, na sala G1-009 do bloco G no 1º andar do Centro de Ciências da Saúde, na Cidade Universitária.
De acordo com o doutorando, nos últimos 10 anos inúmeros trabalhos abordaram variáveis ambientais relacionadas com a ocorrência da cyanobactéria C. raciborskii no Brasil. E o sucesso da presença desta pode estar relacionado com a condutividade e variação de intensidade luminosa. As linhagens isoladas de ambientes brasileiros mostraram-se produtoras de variantes de saxitoxina, uma potente toxina prejudicial ao sistema nervoso das cyanobactérias.
O estudo, sob orientação da professoras do IBCCF Sandra Maria Azevedo, teve por objetivo avaliar os efeitos da intensidade luminosa e da dureza da água sobre o crescimento e produção de saxitoxinas por C. raciborskii. “A linhagem C. raciborskii (T3) foi utilizada. Para avaliar o efeito do aumento da intensidade luminosa, culturas dessa linhagem, foram submetidas às intensidades luminosas de 50, 100 ou 150 µmol.fótons.m-2.s-1”, afirma Ronaldo.
Os resultados encontrados evidenciam que “a maior concentração de saxitoxinas por células foi determinada em intensidade luminosa de 100 µmol.fótons.m-2.s-1. E a síntese de saxitoxinas por C. raciborskii obedece a um ritmo circadiano de produção. O aumento na síntese de saxitoxinas foi positivamente relacionado com a dureza da água do meio”, garante o pesquisador. Desta forma, se amplia o conhecimento sobre a ocorrência de C. raciborskii em ambientes com altas condutividades, salinidades ou variação na concentração iônica, além da variação na intensidade luminosa.