• Edição 254
  • 07 de abril de 2011

Saúde e Prevenção

Emagrecer não é fácil

André Ribeiro

Seja apenas por motivos estéticos ou até mesmo de saúde, o sobrepeso e a obesidade são muito temidos, especialmente entre as mulheres. Mas que podem agravar outras doenças ou causar danos por si próprios, como na obesidade, o excesso de peso é um dos problemas de mais difícil reversão.

Segundo a professora Eliane Rosado, do Departamento de Nutrição Dietética (DND) do Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC/UFRJ), a obesidade é uma doença multifatorial. “Uma das causas da obesidade é a base genética, mas também é necessário o fator ambiental para o desenvolvimento da doença”, esclarece a professora.

Um problema enfrentado pelos obesos é a dificuldade na perda de peso. Isso se deve, segundo a professora Eliane, à grande capacidade de absorção do obeso que existe devido à base genética do indivíduo. “Ao obeso nós chamamos de aproveitador, porque ele absorve muito e tem dificuldade de liberar essa energia”, explica Eliane Rosado.

Outro fator importante são as doenças associadas à obesidade. Entre as mais famosas estão as cardíacas e as articulares. Mas a professora diz que as doenças psicológicas atormentam grande parte dos pacientes, sendo elas causa ou consequência, mais frequentemente, da obesidade. Outro problema clássico enfrentado pelo obeso é a diabetes, que devido à dificuldade encontrada pelo paciente para se submeter ao tratamento, causa o agravamento desse quadro.

Os tratamentos para a obesidade seguem quatro linhas principais, sendo elas, a dieta, principalmente, a atividade física, o medicamento, em alguns casos, e, em último caso, a cirurgia bariátrica. Segundo Eliane, não existe fórmula fácil para emagrecer, e o obeso não pode nunca descuidar do tratamento, já que tem predisposição à doença.


Muitos perguntam se a doença não pode ser prevenida, por meio de uma identificação de base genética ou algum outro exame. A professora Eliane explica que a conduta nos exames é perguntar sobre histórico de obesidade na família. “A melhor prevenção são os hábitos saudáveis”, ela conclui.